Cap.3

 

Voltamos e o acampamento parecia vazio, o único som que se podia ouvir era da água batendo suas ondas levemente na terra e aves se dirigindo de volta a suas árvores, um vento leve e gelado batendo em nossos rostos, não era frio e sim confortante, parei para sentir e não queria mais sair dali, fechei meus olhos e algo me acertou me atacando no chão, primeiramente pensei que tinham jogado uma big duma jaca nas minhas costas mas percebi que ela se mexia então eu ia grita até que ela sussurrou: - me ajuda... – e eu fui cutucar com um graveto e vi que era a Kelly, ela tinha caído da árvore, então chamei o Taylor para carrega-la até nosso quarto, ‘’cuidei’’ dela, ou seja deixei deitada e nem olhei mais, até ela acordar, quando ela acordou olhou bem na cara dela e pedi:

- Espero que aquilo não tenha sido uma brincadeira, porque senão vou brincar com você.

- Eu cai! Não me bate!

- Ta bom, mas afinal o que você estava fazendo la?

- Não lembro muito bem, só sei que tava brincando de esconde-esconde com o Taylor.

- Sério?! E você se escondeu em cima da árvore?

- Ah! Lembrei, é que eu vi uma cobra, ai resolvi subir pra ela não me pegar.

- Kelly, cobras sobem em árvores, algumas vivem em árvores.

- Aquela não – ela olhou para mim e mostrou a língua.

- Que seja, olha eu comprei várias coisas! Vamos fazer um jantar?

- Deixa eu ver...Só tem doce aqui!

- Uhum...

- UHULL!

- Adultas sim, crianças? Sempre – as duas gritam juntas e começam a rir.

- E como...foi...com...você e o Tom? – diz Kelly com a boca cheia de doces.

- Descobri que ele é um idiota, ele tem raiva de mim por causa do colegial, como se eu tivesse feito alguma coisa.

- É que eu soube que ele gostava de você mas você nem olhava pra ele.

- Ninguém olhava pra ele – disse rindo.

- Ta vendo, agora sabe da onde a raiva saiu.

- Ai por favor né, eu to brincando sempre achei ele um fofo.

- Enfim, vocês brigaram?

- Uhum, mas sabe quem ficou o tempo todo comigo?

- Nãooo! Queem?? – diz ela pulando de joelhos em cima da cama

- O Rodrigo, ele é um amor de pessoa! – digo com os olhos brilhando.

- Ele ficou o tempo todo com você? Sempre soube que ele tinha uma quedinha por você.

- Quedinha? E nunca me disse nada? Como você sabe?

- Você nunca viu ele te olhando? É muito tenso amiga!

- Ele me olha fofamente, eu acho né.

- Se fofamente for comer com os olhos então ta, ele te olha fofamente.

Então a conversa é interrompida por batidas na porta. Elas vão abrir juntas e é o Taylor e o Rodrigo juntos.

- Queríamos convidar vocês para um passeio de iate! – os dois dizem sorrindo.

- Iate?!?!? CLAROO – gritam as duas super faceiras.

- É que um amigo meu está hospedado na mansão dele aqui perto e pedi se ele levava todos vocês para um passeio então todos vão – diz Rodrigo sorrindo.

- Todos? Achei que era só a gente. – diz Kelly dando uma piscadinha para Taylor.

Elas se arrumaram praticamente na velocidade da luz, ou quase isso, e foram com eles para o iate, chegando lá o amigo de Rodrigo aparece do melhor jeito possível, com roupa de marinheiro.

- Já que iríamos andar de barco resolvi me vestir a caráter. Meu nome é Kevin sejam todos bem-vindos.

- Nossa Kelly olha isso rico, lindo e educado. Vo casa. – digo rindo

Todos entraram e o barco saiu, paramos em uma ilha, grande, com uma praia linda e uma casa no meio dela, aquelas cheias de vidro que se pode ver quase tudo por dentro.

- Resolvi parar para vocês se divertirem um pouco na praia, sintam-se em casa. – diz ele sorrindo.

Descemos e os garotos foram correndo jogar bola, enquanto as meninas colocaram toalhas enfileiradas no chão para tomar banho de sol, eu e Kelly colocamos os biquínis e fomos as únicas que entraram na água. Kelly ‘’precisou’’ sair quando Taylor chamou ela para dar um passeio. E eu fiquei lá boiando com o sol coberto pelas nuvens e um vento suave passando por meu rosto.

- Você não gosta das outras garotas? – escuto uma voz vindo de traz de mim e me viro.

- Ah, oi Kevin, gosto sim, o que eu não gosto muito e de ficar tostando no sol, na água eu me bronzeio igual só que é bem mais gostoso.

- Concordo com você. Prefiro muito mais curtir essa maravilha de mar do que queimar no sol.

-  Você conhece o Rodrigo a quanto tempo? Porque para emprestar as coisas assim tem que ser muito amigo, certo?

- É, eu conheço ele desde pequeno nós éramos vizinhos, só que ele virou professor e eu ator.

- Eu sabia que te conhecia de algum lugar! Eu já vi um filme com você.

- Gostou?

- Não lembro – disse rindo e fazendo ele rir comigo.

- Pelo menos você não é uma daquelas fãs loucas que perseguem e gritam, qual a diferença entre nós certo? Quero dizer eu sou igual a você só que com mais dinheiro, sem ofensas. – falou dando um sorrisinho.

- Não ofendeu, alias você disse uma coisa muito certa! Você é uma pessoa igual a mim certo?

- Uhum...

- Então como uma pessoa normal você tira fotos? Tira uma comigo? – digo rindo muito.

- Claro – ele diz rindo e fazendo sinal de não com a cabeça.

Tiramos a foto e ficamos em silêncio, apenas boiando na água.

‘’ Um ator que não é metido, que tem amigos de infância por perto e empresta as coisas, isso é uma raridade hoje em dia, além de ser alto, meio moreno meio loiro, e olhos verdes, como é que eu não me lembro dele? Pouco importa, o que importa é que eu quero esse homem pra ser meu amigo também, e com o tempo quem sabe até mais, mas e se eu não fosse amiga do Rodrigo? Será que ele falaria comigo?’’

- Pensando em mim? – diz uma Rodrigo me surpreendendo por trás.

- Quem te dera né? – disso rindo e me virando para ele, logo dando em conta que estávamos nos abraçando de uma forma meio que muito intima.

- Desculpa – diz ele me soltando e se afastando um pouco. – Parece que você e o Kevin se deram bem até.

- Talvez, não sei, porque?

- Ele ficou me perguntando sobre você, mas ele faz isso com todas sabe, seduz, pega e abandona.

- Você esta insinuando que eu vou ‘’ficar’’ com ele? – digo olhando brava para ele. – Só porque conversei com ele você acha que vou sair dando pra ele? A por favor, se veio aqui pra falar isso nem precisava.

- Calma, só te alertei, você é a ultima pessoa que eu quero ver magoada.

- Que? – digo virando e olhando para ele com cara de quem espera ouvir algo bom.

- Digo, aqui sabe, você é minha amiga mais próxima, odiaria ter que te agüentar chorando. – ele diz rindo e me jogando água. Dou uma risadinha, mas só porque não quis demonstrar o fato de por dentro ter sentido uma pontada, uma dor que não sabia explicar, mas vi que era necessário esconder, não sei o que eu esperava ouvir mas com certeza não era isso, não entendo o que está acontecendo, e se for amor? Será que poderia ser? Apesar de estudar medicina para mim não faz sentido, dizem que o cérebro controla os sentimentos, então porque a dor é no coração? Não sei mais o que fazer, cada passo que do me confundo cada vez mais, e se eu tentar regressar vou cair porque estou sem chão, perdi o controle da situação.


Butty&Kelly